quarta-feira, 27 de abril de 2011

Como tudo começou...

 Acredito que, a maioria das pessoas já teve a ideia de, de alguma forma, contar a sua história ou parte dela às outras pessoas, publicá-la, divulgá-la, fazê-la aparecer. O motivo para eu acreditar nisso é muito simples, cada um de nós é protagonista da sua história e, portanto, para nós, o que nos acontece parece ser mais importante do que qualquer outra coisa no mundo. Para nós não há no mundo felicidade maior que a nossa quando estamos felizes, e não há no mundo dor maior que a nossa quando estamos sofrendo, pois é o que sentimos e da forma que podemos sentir. Dessa forma, assumo que também gostaria de compartilhar um pouco da minha, para que, minhas experiências fiquem de alguma forma registrada quando eu não mais puder contá-las.

 Primeiramente gostaria de esclarecer o motivo pelo qual escolhi a palavra "attraversiamo" para nomear o blog e, é claro, veio do livro que muito me inspirou (e tem inspirado) "Comer Rezar Amar" de Elizabeth Gilber, a Liz (vou citá-la bastante e sempre vou chamá-la dessa forma. Porém, não é pelo simples fato de ela gostar da palavra, ou por esta palavra aparecer diversas vezes no livro e, sim, pela identificação imediata que tive quando li "Vamos atravessar?", pois, sinceramente, é isso que estou fazendo na minha vida, atravessando, não sei para onde, não sei o motivo, não sei onde vai dar, mas eu estou atravessando, e, como já dito, talvez assim eu me encontre do outro lado.

 Hoje estou com 23 anos, sou advogada (daquelas que tem número de OAB e tudo), brinco com isso porque todas as vezes que digo que sou advogada as pessoas me olham com aquelas caras incrédulas e me perguntam "Mas você já tem OAB?", estou fazendo pós-graduação em Direito e Processo do Trabalho, que é a minha paixão no Direito e, daqui alguns meses que não sei ao certo quantos, no mínimo dois, vou dar uma giro de 180 graus na minha vida.

 Há um mês resolvi largar tudo por aqui e me tornar uma au pair, é, sair da minha zona de conforto que, para mim não era tão confortável assim, porém para quem olhasse de fora podia até parecer, mas como já mencionei, só nós mesmos para sabermos o que sentimos. Podia definir essa decisão como "BUSCAR mas, para ser honesta, poderia com a mesma facilidade defini-la como ESCONDER-SE" (transcrição de frase da Liz).

 Há um mês eu era uma advogada que estava montando um escritório com a mãe que também é advogada e tem mais de 20 anos de carreira, que atua na área que gosto, que tinha um namorado com quem já estava junto há dois anos e oito meses e com quem eu poderia facilmente passar o resto da minha vida e conseguia nos imaginar velhinhos ainda nos dando muito bem, tinha a intenção de terminar a minha pós-graduação e parecia que estava com a vida toda encaminhada. Olhando para o mundo, como está hoje, imagino que existam milhões de pessoas que gostariam de estar no meu lugar naquele momento, mas eu não queria.

 Bom, eu ainda sou uma advogada e jamais vou deixar de ser (aqui no Brasil), minha mãe ainda está montando um escritório para nós (quando eu voltar eu vou trabalhar lá), eu não tenho mais o meu namorado, e agora estou esperando para colocar o meu perfil no ar para que, uma família americana me escolha para ser a babá do filho deles, ou quem sabe, dos filhos deles, pois podem ser até quatro.

 Só para esclarecer, o fato de eu ter terminado o namoro não tem nada a ver com a minha decisão de me tornar uma au pair, ou, tem tudo a ver. Para ser bem sincera, foi o empurrãozinho que me faltava mas, me lembro que desde nova, acho que com 11 ou 12 anos eu já me imaginava passando um tempo longe de todos e voltando totalmente diferente, principalmente quando de alguma forma eu era rejeitada, acho que era uma forma de eu me sentir melhor, de imaginar que, se eu mudasse não sofreria mais rejeições. O tempo foi passando e até agora ainda não fiz isso, mas estou prestes a fazer.

 Lembro-me que o primeiro contato que fiz com a agência que fechei o meu programa de au pair foi no meu primeiro ano de faculdade, ou seja, em 2006, porém como já tinha começado e não queria parar, continuei para ver no que dava. Por diversas vezes durante o curso eu pensei em fazer esse intercâmbio, mas nunca tive coragem de largá-lo pela metade, então, quando estava na metade do terceiro ano conheci o meu ex, o que fez a viagem por um ano para o exterior ficar fora de cogitação, eu havia, naquele momento, encontrado alguém especial.

 Quando terminei a faculdade, passei no exame de ordem e, não estava precisando trabalhar, essa idéia voltou a perturbar a minha cabecinha, que, de uma forma ou de outra, a rejeitava, eu definitivamente não queria largar o meu namorado e nem deixar em casa as minhas três gatinhas as quais não poderiam entender a minha ausência por tanto tempo. Então eu rejeitava a ideia e ela voltava, e eu rejeitava denovo e ela voltava denovo. Arrumei milhões de desculpas, até inventei essa pós para ficar presa aqui por mais algum tempo, também ficava com a idéia de deixar minhas gatas, até que, um dia sonhei que alguém me dizia "vai que elas ficarão bem sem você", e foi nesse momento que parece que tudo começou...

2 comentários:

  1. legal Váleria vá em frente vc merece tudo de bom,e por isso tudo vai dar certo todos os seu sonhos serão realizados com a força de Deuse sua força de vontade,Deus te abençoe sempre e que ele esteja sempre a sua frente direcionando os teus caminhos. beijos.cristina

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  2. Obrigada D. Cristina, desejo à Senhora tudo em dobro... Muitas felicidades para toda a família!!! Bjos

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