quinta-feira, 2 de junho de 2011

Amanhã é o dia!

 Amanhã é o dia! Pode parecer bobeira mas é muito importe para mim, amanhã vou fazer a minha tatuagem no pé direito. Já faz quatro anos que eu decidi que a faria, já faz três anos que eu tenho o desenho e até então nunca tive coragem de fazê-la.



 Sempre achei que tatuagem era uma coisa importante, se você resolve fazer uma tem que ser algo que você goste muito ou que tenha alguma identificação muito forte, não acho legal sair se tatuando apenas para ter o corpo todo marcado com qualquer coisa que não tenha significado nenhum, ou que, nem ao menos, seja um desenho bem bonito.

 E, é uma decisão muito importante mesmo, afinal você vai ficar junto dela por todos os ia de sua vida, ou pelo menos, com uma cicatriz bem grande no lugar.

 Para mim, apesar de todo esse tempo de planos e espera, de falta de coragem, consigo perceber que escolhi o momento perfeito para fazê-la, pois ela estará lá para eu nunca esquecer do momento que estou passando na minha vida.

 Posso afirmar que nunca, em toda a minha vida, estive tão bem. Isso, claro, não significa que a minha vida nunca esteve tão boa, que não vivi momentos muito felizes e importantes, quer dizer que eu nunca estive tão bem comigo mesma. Não sei de onde veio, não sei o que é, mas sinto nesse momento da minha vida uma paz interior a qual nunca senti antes, me sinto feliz, realizada e, tudo isso, sem nem mesmo saber ao certo o que quero da vida.

 Sei que algo mudou dentro de mim, e sei que foi algo que mudou par melhor, não quero jamais esquecer disso, e principalmente nos momentos difíceis quero me lembrar dessa força e paz interior e, tenho certeza que, toda vez que eu olhar para a minha tatuagem vou me lembrar disso, por isso, ela não será apenas um desenho em mim, mas sim, um desenho que me fará recordar quem realmente sou e tudo de bom que eu posso sentir por mim mesma.

 Hoje, e não poderia ser diferente, estou super ansiosa e, não vejo a hora de olhar para ela, também, estou torcendo para que fique tão perfeita como eu imagino. Também, estou com muito medo, ouço muitas pessoas dizendo que doi muitoooooo, mas a dor é passageira e tenho certeza que vai dar tudo certo e, se um dia eu enjoar dela, posso trocá-la por uma cicatriz imensa no lugar.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Cogitando uma mudança de planos...

 Não, eu não desisti de ser au pair, apenas estou cogitando mudar a data possível da minha viagem por muitos motivos. Durante a semana que passou eu cheguei a pensar em não ir mais,foi a primeira vez desde que iniciei o processo que essa ideia me ocorreu, pensei em começar a trabalhar por aqui mesmo e levar a minha vida normalmente mas, certamente, eu passaria a minha vida toda me culpando por não ter tido essa experiência na minha vida e isso poderia me deixar deprimida por um bom tempo.

 Estou cogitando mudar a minha disponibilidade para viagem para o início do mês de dezembro, a ideia de mudar a data da viagem resultou de vários fatores que vou elencar, acho que teve um pouco a ver com a rejeição da primeira família e com o fato de nenhuma outra ter entrado em contato durante essa semana sim, mas principalmente teve a ver com a correria com a qual eu teria que fazer as coisas por aqui e alguns outros acontecimentos:

 - Primeiro: Pós-graduação. Se eu viajar antes do final do ano, teria que ser no máximo em agosto, caso contrário eu perderia mais um ano de pós-graduação, pois vou passar no mínimo 13 meses nos Estados Unidos (certamente vou aproveitar o meu mês livre e com visto), e quando voltasse teria que esperar até o meio do ano seguinte para reiniciar o curso e teria mais um ano pela frente.
 A minha Pós-graduação tem duração de um ano e meio, no primeiro ano temos aulas normais (segunda, terça e quartas-feiras) e no último semestre temos apenas orientação de monografia e temos que comparecer apenas uma vez por semana na faculdade.
 Isso engloba a questão da van, dos colegas e dos grupos de trabalho. A van por um motivo simples, foi extremamente difícil achar uma van que fosse até a tal da PUC-Central, pois lá só tem o curso de direito e por sinal eu sou a única na van que vai para lá, o motorista da van já disse que à partir do ano que vem não vai mais fazer isso e para ir um semestre três vezes por semana de carro para Campinas fica bem pesado, mais do que a van. Se eu terminasse esse ano todo na pós, no semestre que voltasse a cursar, teria que ir para lá uma vez por semana e olha lá ainda, apenas para ter orientação, e para isso eu não ia precisar de van. Os colegas e grupos de trabalho são autoexplicativos.

 Segundo: Carteira de Motorista. Para ir para os Estados Unidos como Au Pair, necessariamente eu vou precisar de uma carteira de motorista internacional, ocorre que, a carteira internacional de motorista tem a mesma validade da minha carteira aqui, ou seja, final de outubro de 2011, isso significa que eu teria que renová-la lá, pois eu não posso renovar a minha aqui antes de faltar 30 dias para vencer. Se eu fosse à partir de dezembro estaria com a carta renovadinha.

 Terceiro: Tratamento médico. Para me canditar a Au Pair eu precisei de uma declaração médica de que eu estava totalmente ok e que não tomava nenhum medicamento de uso continuo, ocorre que, todos sabem que eu tomo medicamentos de uso continuo e essa semana eu conversei com o meu médico e ele me disse que o ideal seria ir tirando o remédio aos poucos e para isso ele precisaria de uns 06 meses. Ele me deu a possibilidade de me enviar os medicamentos, porém, como declarei que não os tomava, seria no mínimo estranho ele me mandar remédios, a família pode não gostar e acredito que posso até ser cortada do programa por isso.

 Quarto: Acha uma família. Se eu quiser viajar exatamente em julho, tenho certeza que aceitaria a primeira família que aparecesse e, isso não seria algo bom, pois vou passar um ano vivendo com eles e acho que é muito imporatante escolher uma família especial, que se encaixe, que agente tenha coisas em comum e principalmente que eu goste, eu teria mais tempo para encontrá-los.

 Quinto: Pressa. Estamos agora no mês de junho, viajar em julho significaria uma super correria para arrumar tudo, correr para tirar o visto, a carteira internacional, para arrumar as coisas para a viagem, nem tempo de visitar meu pai antes de ir eu teria. Não que se eu for em dezembro não vá ter algum tipo de correria, mas teria tempo para pensar e fazer as coisas de uma forma melhor.

 Sexto: Meu medo. Acho que o principal motivo para eu ter pressa nessa viagem era medo de ficar por aqui, não sabia como iria reagir, mas como estou me sentindo muito bem, tenho meus amigos e o tempo está voando, acho que não haveri problemas em esperar mais seis meses.

 Sétimo: Meu inglês. Bom, meu inglês não é de todo ruim, mas também não é bom rsrs principalmente quando estou nervosa como foi na minha entrevista. Com mais seis meses para estudar, posso me dedicar melhor à isso, aperfeiçoar a minha gramática que está esquecida e melhorar muito a conversação e o vocabulário, considero isso muito importante, apesar de achar que do jeito que está da pra ir e me virar (mas iria sofrer mais).

 Existem outros motivos, mas acho que elenquei os mais importantes, claro que coisas do tipo passar mais tempo com as minhas gatinhas, com a minha família, com os meus amigos também fazem diferença, mas como essas coisas eu vou ter que enfrentar de qualquer jeito, então indo agora ou depois não iriam fazer tanta diferença.

 Bom, ainda não decidi, vou pedir a opinião da minha orientadora, da minha mãe, dos meus professores na pós, dos meus amigos para depois tomar a decisão que tenho certeza será a correta. Eu sou uma pessoa super ansiosa e se estou cogitando a ideia de esperar mais um pouco para fazer algo deve ser porque de alguma forma assim será melhor, ou não, veremos...

domingo, 29 de maio de 2011

Minha primeira "Past Interview"

 Depois do meu desastre e da minha super empolgação com a família D, veio a decepção... Acho que todas estamos sujeitas a isso, mas fiquei muito triste com a forma que aconteceu...

 No meu contato, no final da conversa o Pai disse que estava entrevistando outras três candidatas, que tinha gostado muito da nossa entrevista e pediu para que nós marcarmos um horário para conversar pelo skype no final de semana, me passou o e-mail dele e da mulher e, eu, fiquei feliz com isso, pois teria a chance de reverter todo aquele desastre.

 Antes de tudo eu mandei um e-mail me desculpando pelos problemas com o skype e dizendo que tinha ficado feliz com o contato deles que esperava saber mais sobre as crianças e eles e perguntando o horário para nos falarmos novamente.

 No sábado eu parecei uma moça que teve o primeiro encontro com o príncipe encantado esperando a ligação do dia seguinte, deixei o skype ligado, chequei meu e-mail de 10 em 10 minutos e, além de ir para a aula de inglês tinha resolvido que passaria a tarde assistindo um filme para poder ficar de olho no meu skype. Quando voltei do inglês, pedi meu almoço em casa e enquanto esperava em baixo dos cobertores no sofá olhando para a tela do computador percebi que a foto do pai tinha sumido do meu skype e fui verificar o porque, eis que... Ele havia me excluído do skype dele, não respondeu meu e-mail (que por sinal me deu um super trabalho) e mudou o status no meu aupairroom de "Current Interviews: 1" para "Past Interviews: 1".

 Assim, sem mais nem menos, sem dizer o porque, sem dar uma única resposta de que acharam outra, ou que desistiram de conversar no final de semana como havíamos combinado e, claro, eu fiquei super chateada, afinal sou uma brasileira e tenho as emoções fortes, esperava ao menos um "Bye Bye, good locky for you".

 Claro que eu cometi alguns erros, mas na hora que eles ligaram eu não estava mesmooo preparada para atendê-los, eu havia recebido um e-mail da aupaircare com as informações da família, mas só vi depois, eles ligaram no mesmo instante que o e-mail chegou, eles tinham filhas mais velhas do que as crianças que eu tomei conta, acho que isso pode ter contado, e teve todo o problema com o Skype que pareceu que eu era uma idiota, mas como eles haviam dado uma segunda chance, pelo menos aparentemente, eu tinha esperanças, mas não foi dessa vez.

 Sim, eu fiquei bem triste na hora, mas depois fui ao shopping com uma amiga gastar um pouco e passear, jantamos juntas e teve o aniversário de um amigo com a galera e direito à minha queria "Margatita" o que me fez voltar ao estado natural de bem estar.

 Depois de refletir muito sobre isso eu pensei "talvez tenha sido melhor assim", eles devem ter encontrado uma au pair que encaixou no perfil que eles queriam e espero que ela seja muito feliz com eles. E quanto a mim, tenho certeza que existe uma família muito especial esperando por mim lá, tenho certeza que as coisas acontecem da forma que têm que acontecer para nos levar exatamente ao lugar onde devemos estar.

 De qualquer forma fiquei muito feliz com a experiência, bom saber algumas coisas para corrigir, o desktop já está equipado para usar o Skype a qualquer momento e é isso ae. Obrigada!!!

sexta-feira, 27 de maio de 2011

O contato da primeira família e o meu "desastre"

 Como toda boa sagitariana eu sou extremamente desastrada e não poderia ser diferente no meu primeiro contato com uma possível host family, se alguém me visse no momento que eu recebi a ligação ia pensar que eu tinha enlouquecido e com razão.

 Também como toda boa sagitariana eu sou ansiosa e, como já fazia uma semana que o meu perfil estava on line e num tinha tido nenhum contato, eu já estava entrando em parafusos, a ponto de cogitar a ideia de fazer um novo vídeo.
 Novamente tudo aconteceu de forma diferente de como imaginei que aconteceria, para mim, quando uma família se interessasse pelo meu perfil, eles me enviaria um e-mail, eu responderia, marcaríamos um horário e ai sim teríamos um contato por telefone, mas não foi assim.

 Hoje é sexta-feira, estava muito cansada e resolvi tentar tirar um cochilo no final de tarde, como não consegui resolvi ligar para o meu amigo para ver se ele podia ir comigo ao supermercado, mal comecei a falar com ele e o telefone de casa tocou, atendi e tinha uma mulher falando algo que eu não entendi na linha, logo percebi que seria algo sobre o programa de Au Pair, eu disse para ela que a ligação estava ruim, e ela me pediu para nós falarmos por skype e foi ai que a situação piorou.

 Na semana passada, a empregada quebrou o carregador do meu notebook (eu encomendei outro no mesmo dia mas ele apenas vai chegar na próxima semana), sendo assim, estou usando o desktop de casa e já havia instalado o meu skype nele, mas no desespero, esqueci que o desktop não tem microfones embutidos como o notebook e que eu precisaria de um para falar com eles. Eles me ligaram no skype atendi e nada de eles me ouvirem, desesperada corri para pegar o microfone do meu irmão e não achava, dae peguei o notebook dele e liguei, mas estava sem bateria e eu não conseguia achar o adaptador da tomada, quando achei eu não conseguia sequer sair do skype do meu irmão, dae tentei colocar o microfone no meu computador e não sabia onde encaixava e, enquanto isso, eles me ligando no skype. No final das contas eles me ligaram em casa novamente e nos falamos no telefone comum.

 Acho que a ligação durou uns 12 minutos e falei com a mãe primeiro e depois com o pai, com a mãe foi bem pior, eu estava mais nervosa no começo depois foi melhorando "um pouco", o pai no final da conversa me disse que queria voltar a conversar no final de semana e me passou os e-mail´s por skype, também me disse que queriam uma au pair para o meio de julho, o que é perfeito para mim, e que estavam em contato com outras três meninas.

 Depois de conversarmos eu descobri que eles são de Avon, Connecticut, e que eles têm duas filhas, uma de 7 anos e uma de 11 anos. Essa é a família D.

 É muito difícil eu dar um feedback da conversa, eu fiquei realmente nervosa, meu coração disparou, minha boca secou e podem ter certeza que eu jamais vou me esquecer desse primeiro contato. O pai me disse que gostou e eu sinto que gostei deles também, mas não me lembro do que falei ou do que eles falaram direito pois estava muitooo nervosa. Eu não vejo a hora de conseguir conversar com eles por skype, já deixei o microfone ao lado do desktop e já instalei a câmera que estava na gaveta.

 Depois que eles desligaram eu corri ligar para a minha agência, conversei com a minha atendente e ela me aconselhou mandar um e-mail para eles, dizendo que fiquei feliz com o contato, que sentia muito pelo acontecido com o skype, dizendo os horários disponíveis no meu final de semanae dizendo que estava ansiosa para saber sobre eles e as crianças. Vamos aguardar a resposta.

 Quando eu entrei no meu e-mail percebi que tinha um e-mail da aupaircare dizendo para eu me preparar que receberia essa ligação, mas o e-mail chegou no mesmo horário que eles ligaram e não me preparei para nada, mas acho que foi melhor assim, senão eu iria ficar grudada no telefone e desesperada andando de um lado para o outro até eles ligarem.

 Eu acho que apesar do desastre, de não estar preparada e de eu num ter perguntado nada sobre eles, foi uma ótima experiência e espero que dê certo com essa família. Estou muito feliz e agradecida pela oportunidade. E vamos esperar o próximo passo do meu matching. Obrigada!



 



  















sexta-feira, 20 de maio de 2011

My Application has been Approved

 Eu estava muito, muito, muito ansiosa, mas agora estou muito, muito e muito feliz!!! Meu app foi aprovado hoje e eu estou on line para as famílias.

 Quando comecei o processo, eu o entendi de forma totalmente diferente do que realmente foi, para mim, após a minha documentação ser aprovada e eu ter autorização para entrar no site aupairroom e preencher meu app, eu automáticamente ficaria on line, mas não é assim.

 Bom, primeiramente após preencher todos os dados, colocar as fotos e o vídeo, tive que aguardar a aprovação da minha agência, eu terminei de preencher o meu app no dia 06 de maio e, na segunda-feira, dia 09 de maio uma representante da agência me ligou para fazermos o teste de língua e, após, sendo aprovada nesse teste, meu app passou para o próximo passo que era a aprovação pela aupaircare, o que me deixou e estava deixando cada vez mais ansiosa, pois não sabia como seria feita essa aprovação e muito menos quanto tempo ela demoraria.

 Hoje, dia 20 de maio recebi uma ligação no meu celular de "desconhecido" e atendi, era uma moça falando em inglês, eu nem imaginava que teria que fazer outro teste de língua, porém, era para isso que ela estava me ligando. No começo fiquei super nervosa, pois dessa vez não era a moça da minha agência e sim da aupaircare e também porque a ligação no celular estava ruim. Achei melhor pedir para ela me ligar no telefone fixo e deu tempo de respirar um pouco, mas o coração estava batendo forte, imediatamente ela me ligou novamente e começou a entrevista, ela me fez as mesmas perguntas da outra moça e depois começou a fazer algumas perguntas diferentes, só para ver se eu não tinha decorado tudo e após um tempo de conversa ela me disse "Your Application has been Approved"... 

 Eu nem sei o que senti, mas foi emocionante, meu olho até encheu de lágrima, mais ou menos como quando descobri que tinha passado na OAB (a OAB foi um pouco mais forte) e fiquei super feliz e disse a ela "Thanks, Thanks and Thanks", dae ela me disse "You are on line now", era tudo o que eu precisava ouvir.

 A brincadeira começa agora, estou na parte mais importante do processo, agora as famílias podem me ver e entrar em contato comigo, passou toda a parte burocrática e estou na parte decisiva. Acho que agora vai começar um outro tipo de ansiedade e de espera até uma, ou várias, famílias gostarem de mim e entrarem em contato, e espero mesmo que seja logo, não vejo a hora de conhecê-los, pois tenho certeza que há uma família especial esperando por mim lá e que essa será uma experiência maravilhosa.

 Não preciso dizer novamente o quanto estou feliz, agora é só esperar eu ter o meu match e ir, acredito sinceramente que conseguirei viajar em julho como planejado, que terei a família mais maravilhosa de todas e que as crianças serão ótimas.

 Na verdade, é um pouco estranho pensar nisso, parece que não tem mais como voltar atrás e dá um gelinho na barriga só de pensar que em pouco tempo estarei morando nos Estados Unidos, convivendo com pessoas que não conheço, com uma língua que domino apenas de forma intermediária, cuidando de crianças e conhecendo muitas coisas novas. É uma sensação muito boa, mas confesso que dá um medinho. O importante é que eu quero encarar essa e estou preparada para isso, também estou muito grata por tudo ter ocorrido bem e espero que continue assim até o fim. Obrigada!
 








quinta-feira, 19 de maio de 2011

Uma semana depois e....

 Estou amandoooooooo!!!! Hoje fez uma semana que comecei a ir à escolinha infantil para ajudar as "tias" com as crianças e definitivamente eu adoro, aliás, é algo que eu poderia fazer pelo resto da minha vida... Criança é tudo de bommmmm!!!!

 Vamos aos fatos: Meu primeiro dia foi na quinta-feira passada (uma semana!?!?) e, na sexta-feira eu acordei muito, muito, muito ruim, estava com a renite atacada (não me julguem, alergia não passa para crianças) e só quem me conhece sabe como fico quando estou assim, eu não tinha nenhuma obrigação de acordar aquele dia às 7h00 e ir à escolinha e, é fato, eu odeio acordar cedo, mas eu queria ir, e fui, e mesmo estando mal, eu sabia que queria ficar ali e fazer aquilo, pois é muito bom.

 Na segunda-feira, eu tive a certeza do quanto eu gostava daquilo, eu passei todo o final de semana ruim, ainda não estava recuperada e para ajudar eu tinha tido uma péssima noite de sono, daquelas que você rola de um lado para o outro e nada de dormir, e mesmo assim, eu fui, eu queria ir, estava ansiosa para ir e depois não parei mais e podem ter certeza que ninguém me faz parar de ir até eu viajar definitivamente.

 Certamente, o fato de não ser uma obrigação, de ser um trabalho voluntário e de meio período ajudam bastante, mas agente só faz algo sem receber se for por aprendizagem ou prazer e eu estou fazendo pelo dois.

  Hoje me sinto muito, muito e, muito aliviada, pois posso afirmar que sei trocar uma fralda, sei dar banho, sei passar pomada, sei trocar a roupa, sei pentear, ser dar "papa", sei fazer parar de chorar (depende da situação), sei dar mamadeira e, fazer mamadeira, sei ficar com várias crianças ao mesmo tempo, etc, etc, etc, ou seja, me sinto muito mais segura para fazer o meu intercâmbio e sei que vou tirar de letra. É muito diferente você estar com crianças e brincar com elas de você ter a responsabilidade de cuidar delas, é claro que às vezes ainda tenho algumas dificuldades, às vezes acho que vou enlouquecer, mas no final das contar é gratificante.

 Já têm duas crianças que estou muitooo apegada, adoro todas elas, mas sempre tem uns que agente se identifica e esses dois são muito fofos, um é um menino de 02 anos, ele dá um pouco de trabalho, mas com aquela carinha ele consegue tudo, muito lindoooo, as "tias" até dizem que eu estou deixando ele mimadinho, mas é inevitável... A outra é uma menina de onze meses, essa não dá trabalho nenhum, está sempre sorrindo, e só chora quando está longe do seu "tor", ela está aprendendo a falar e ficar repetindo tudo o que agente fala, so cute. Juro que acho que vou ficar doente quando eu não puder estar mais com eles :).

 Na verdade, com essa experiência maravilhosa também prestei atenção em coisas importantes, a fala é uma delas, tenho dificuldade em entender o que as crianças mais novas dizem e isso porque elas falam português, isso me faz pensar que quando estiver com crianças que falam inglês, será um pouco mais difícil e preciso treinar muito, outra coisa é o vocabulário que mais uso. Tem coisas que tenho que dizer o tempo todo e que ás vezes penso e não saberia dizer em inglês, isso me incentiva a fazer uma lista das coisas que eu mais falo para as crianças, por exemplo, mamadeira, chupeta, coisas básicas, inclusive para repreendê-las quando estão fazendo algo errado, certamente vou fazer uma lista desse vocabulário em inglês para estudar antes de viajar, acho que é fundamental.

 Também descobri que as mulheres (não sei se todas), têm um instinto natural com crianças, se alguém me visse pegando o filho da minha amiga no colo um mês antes não diria que eu estaria indo tão bem, mas na hora que você tem que fazer, parece que sabe o que tem que fazer, parece que é natural e já vem de você e, é muito gostoso descobrir isso, principalmente quando é algo que você nunca imaginou que faria assim, com tanta facilidade.

 Bom, acho que é isso que tenho para contar dessa semana de experiência, acontecem muitas coisas todos os dias e gostaria de poder colocá-las uma por uma, para registrar esse momento que estou vivendo, mais seria impossível, mais o mais importante é que hoje me sinto bem preparada para ir para os Estados Unidos, passar por essa experiência de Au Pair e tenho convicção de que será muito recompensador e valerá a pena.

 O mais importante de tudo é que descobri que, em locais que agente nem imagina passar, ou em coisas que agente nem imagina viver, pode existir uma grande felicidade e algo muito bom para aprendermos, por isso, sou muito grata por essa experiência que jamais imaginei passar, pois sei que, de nenhuma forma ela será em vão. Obrigada!

quinta-feira, 12 de maio de 2011

O meu primeiro dia de "estágio" na escola infantil...

 Com toda essa demora para eu ficar on-line, ontem resolvi algo muito importante, eu precisava aprender de verdade a cuidar de crianças, várias de uma vez só, trocar fralda, dar banho e todas essas coisas que não tinha nenhuma seguranças para fazer.

 O programa de au pair é algo sério, você pode cuidar de até 04 crianças de uma vez só, com diferentes idades e tem que ter muita responsabilidade para isso, não dá para brincar.

 Então, como não conhecia ninguém que estivesse precisando de uma babá voluntária comecei a ligar nas escolinhas infantis da cidade e foi muitoooooo engraçado:

- Olá, meu nome é Valéria e gostaria de saber se vocês não estão precisando de uma estagiária para ajudar com as crianças?
- Que curso você faz?
- Então, eu sou advogada, mas vou fazer intercâmbio e vou ser babá e preciso aprender mais sobre como cuidar de crianças.
- Ahhhh... Advogada???
- É mais eu queria fazer esse trabalho voluntariamente só pela experiência.
- Ok, pode mandar seu currículo por e-mail.
- Obrigada! (detalhe, eu tenho um currílo de advogada rsrsrs)

 Foi assim nas duas primeiras escolinhas que liguei, na terceira, mesmo eu falando que ela não precisaria me pagar que eu só queria ajudar para aprender ela disse que já tinha muita gente e, eu já estava quase desistindo quando liguei para a próxima da lista e uma senhora simpática me disse que se eu quisesse podia ir amanhã cedo, ou seja, hoje cedo.

 O primeiro sacrifício foi acordar cedo, cheguei ontem da pós às 1h00 da manhã como de costume, fui dormir por volta de duas e às 7h00 estava de pé colocando a minha roupa de brincar com crianças. Cheguei lá 5 para as 8h00 e logo comecei a ajudar, trabalho era o que não faltava e a moça estava dando banho nos bebês, no começo achei que ia ficar louca, que num ia aguentar, quanta criança, quantos gritos, quanta choradeira, mas depois você acostuma e até gosta. Eu troquei váriasssss fraldas (só de xixi) só tinha uma de coco e eu num aguentei não, estava muitoooooo fedida, mas convenhamos, um passo de cada vez, dei banho em bebês e em crianças de 03 à 04 anos, troquei as roupas, penteei os cabelos, limpei a bunda de uma menina depois de ela fazer coco (super evolução, e nem foi tão difícil assim), fiquei lá até a hora do almoço, quando a maioria estava deitada assistindo desenho.

 Aprendi muito hoje, até me apaixonei por um menininho que eu queria trazer para a casa rsrsrsrs As tias disseram que ele é o mais difícil de lidar, mas comigo ele ficou quietinho e me obedeceu e é muito lindinho, acho que tem uns 04 anos e eu queria ele para mim :). Tem crianças de todos os jeitos, uma menina que chava agente de mãe, um menino que quando eu estava perto num desgrudava, bebês super chorões que precisam muito de atenção, e outros mais quietos, mais foi super gostoso e recompensador. Amanhã certamente irei denovo, aliás acho que vou todos os dias até eu viajar, preciso aprender muito ainda e superar as fraldas de coco.


quarta-feira, 11 de maio de 2011

Até eu ficar on-line...

 Não sei se isso aconteceu apenas comigo, mas esse processo todo para o meu perfil ficar on-line está me deixando louca. Como eu fechei com a agência no começo do mês de abril e a minha intenção era viajar somente em julho, tinha certeza que teria tempo suficiente para fazer tudo e, que, em julho eu embarcaria, hoje não tenho mais tanta certeza assim.

PS: A minha primeira opção de chegada aos Estados Unidos é 11 de julho, escolhi essa data ao preencher meu application.

 Quando estive na agência fazendo as entrevistas achei que seria muito mais simples do que verdadeiramente é, mas enfim, o processo é bem longo e precisa de várias aprovações e você precisa estar preparada e com tempo para fazer tudo. Primeiro eu tive aquele problema com o erro no contrato que fez com que a minha autorização para preencher o application demorasse bem mais do que o previsto. Após, eu havia entendido que teria que preencher um perfil como o do facebook e simplesmente estar on-line para as famílias, mas não é bem assim.

 Você recebe a sua autorização e com o seu e-mail cria uma conta no au pair room, criada essa conta você tem o seu perfil para preencher, nesse perfil você responde exatamente às mesmas perguntas que respondeu na agência e também tem que preencher novamente aquelas fichas de indicação que entregou para eles, fazer uma carta falando de você para a família, colocar fotos, e colocar o seu vídeo (tudo isso em inglês). Ou seja, eu recebi a minha autorização na terça-feira e desesperadamente preenchi tudo, mas faltava a carta, as fotos, o vídeo e a revisão pela minha atendente.

 Na quinta-feira uma moça da STB me ligou para fazer o teste em inglês e eu fiz, e ela me questionou o motivo de eu não ter dado o submit ainda, expliquei para ela que o faria no dia seguinte, porém que o vídeo estaria pronto só na segunda-feira para ser postado e ela me explicou que não tinha problemas, mas para eu dar o submit o quanto antes e depois eu poderia colocar o vídeo e fotos.

 A carta da au pair é muito importante, pois se a família não gostar da sua carta não vai ver o resto, então precisa de bastante dedicação. Eu, naturalmente, não consegui escrever essa carta em inglês, aliás, estava difícil para eu escrevê-la em português, pois tinha que falar de mim mesma, das coisas que gosto de fazer, minha experiência com crianças, minha família, estudos e todas essas coisas, e acho que é bastante difícil falar de mim mesma, mas tinha que fazer e fiz, em português. Ocorre que, quando você pensa em uma coisa em português, normalmente, não terá o mesmo sentido em inglês, por isso eu recomendo que ela seja escrita em inglês, pois eu tive um super trabalho para traduzir e tive que mudar muitas coisas, e claro, não tem como usar o tradutor do google para isso.

 Como eu tinha minha aula de inglês na quinta-feira, eu gastei meu tempo todinho para a teacher rever a carta e foi muito bom, ela me ajudou muito, no final das contas, estava com a carta no meu application na quinta a noite e consegui postar as fotos só faltava a atendente da agência revisar para eu apertar o botão submit.

 Na sexta-feira eu gastei todo o meu dia gravando o meu vídeo em vários pedaços, ficou com vários erros de inglês, eu estava muito nervosa e não conseguia chegar ao final de uma parte, então quando conseguia deixava como estava, mesmo que tivessem erros, pois naturalmente, eu não sendo fluente em inglês, eu vou cometer erros.

 No final do dia recebi o e-mail da C.J. para eu dar o meu submit, pois estava revisado e enfim apertei lá no botão submit e imaginei que já ficaria on-line, mas não... Apareceu uma outra dela e agora eu não tinha mais opção de alterar nada, nem de postar fotos e vídeo, havia apenas uma seta indicando entre applyng e review by local rep. Essa parte foi bem rápida, no dia seguinte a moça da agência me ligou novamente para fazer o teste de inglês e eu o fiz novamente, pouco tempo depois dessa ligaçãomeu status havia mudado e havia uma seta entre review by local rep e review by aupair care, agora eu já conseguia postar mais fotos e finalmente consegui colocar meu vídeo.

 Ah o vídeo, esse me deu um trabalho danado, bom primeiramente eu filmei com as meninas, depois me filmei falando e selecionei umas fotos e um amigo meu editou. Na hora de editar fiquei super nervosa, foi a primeira vez que caiu a ficha, vendo aquelas fotos com a família, amigos, minhas gatas, nossa começou a bater um desespero, foi a primeira vez que senti medo de ir e depois que o vídeo estava pronto eu chorei muito e acho qu fazia mais de um mês que eu num chorava. Mas enfim o vídeo ficou ótimo, foi um pouco demorado para eu conseguir dar upload nela e ainda tive que usar a menor versão que eu tinha, mas acho que está tudo ok.

 Agora falta o tal do review by au pair care, eles vão ver se meu perfil está ok, ver se aprovam a minha foto e o meu vídeo e após, eu estarei on-line para as famílias me verem e enfim poderem entrar em contato comigo. O processo é longo, mas acredito que com um pouco de sorte viajo em julho ainda e ficarei bem feliz se conseguir, só preciso achar a família perfeita e conseguir o meu match.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Chegou, Chegou...

 Estou postando apenas hoje, mas ontem (terça-feira) de manhã quando abri meu e-mail fiquei super feliz, a minha permissão para preencher o "application" havia chegado. O application, ou também, app, é mais ou menos como todas as entrevistas que você faz na agência, você vai ter que preencher um formulário super extenso com todas as informações sobre você em inglês, depois terá que colocar fotos, um vídeo de até 3 minutos falando de você e escrever uma carta para a sua "Host Family" (a parte da carta foi um surpresa para mim).

 Ontem passei o dia todo preenchendo o meu app, preenchi tudo e respondi todas as perguntas, foi um trabalho bastante demorado e ele precisa ser muito bem feito pois, esse será o seu perfil online onde sua "Host Family" vai te encontrar e, é claro, eles só entraram em contato se gostarem de você.

 Eu ainda não estou online, ainda não terminei o meu vídeo, não escolhi todas as fotos e está faltando a carta para a minha "Host Family" e também, a CJ (vou chamar assim a atendente da agência), esteve muito ocupada hoje o dia todo e não pode olhar o meu app e ver se está tudo ok e também ainda num me mandou as dicas sobre a carta que eu já comecei a escrever sozinha, mas acho muito díficil falar sobre mim mesma em uma carta de apresentação, estou tentando ser o mais natural possível. Eu li algumas dicas nos blogs das au pairs que me ajudaram bastante, mas escrevi ela toda em português (e assim já estava difícil) e vou ter um trabalhão para passar pro inglês, só espero que não tenha número máximo de caracteres porque está bem extensa.

 Espero que até no máximo terça-feira da semana que vem eu consiga colocar o perfil no ar, não vejo a hora de entrar em contato com as famílias e de estar com tudo pronto para viajar, acho que só quem passa por isso consegue imaginar a ansiedade que dá. O importante no momento é que a organização demorou me aprovou e estou quase on :).

 Para finalizar devo confessar, eu não paro de pensar nisso desde que chegou a minha autorização, fico imaginando como vai ser e dá até um friozinho na barriga, parece tão longe mas tenho certeza que logo estou embarcando e confesso que isso me assusta um pouco, mas... É a vida!!!!

quarta-feira, 27 de abril de 2011

"Quando o destino te chama...

... você precisa ser forte" é a frase de uma música do Phil Collins (You´ll be in my heart), e concordo plenamente com ela, quando o destino te chama você não terá como escapar, não é uma questão de querer, é sim, uma questão de ter que ser, ou ter que fazer e, para enfrentar o que pode vir você tem que ser forte. Acho que é assim que eu sempre soube que iria morar fora por um tempo, e sempre soube, de uma forma ou de outra, que seria nos Estados Unidos.

 O engraçado é que eu tinha milhões de motivos para não fazer isso, a cada questão que eu resolvia eu achava outra para fugir. Além daqueles sonhos de adolescente de ir embora e voltar diferente (coisa de um livro que eu li sobre uma moça que era filha do caseiro e apaixonada por um dos filhos do patrão e ia à Paris, depois ela voltava totalmente diferente e os dois filhos do patrão se apaixonavam por ela), no final do ano passado eu tive que decidir o que ia fazer da minha vida após a faculdade.

 Eu sabia que a primeira coisa que ia precisar fazer era passar na OAB, e eu passei. Parece que foi simples, mas não foi bem assim, o exame da OAB me consumiu por uns cinco meses, eu comia exame da OAB, respirava exame da OAB e não tinha outra coisa em mente a não ser exame da OAB. Não foi só pelo estudo, também pelo cansaço que eles nos dão com as questões discutíveis da prova, do mês de setembro de 2010 ao dia 12 de janeiro de 2011 (dia que fiquei sabendo que definitivamente eu tinha passado) foi só isso que eu vivi, cheguei inclusive, no meio do mês de outubro a largar meu estágio para estudar para a prova de segunda fase que seria no dia 14 de novembro.

 Quando voltei a pensar no intercâmbio, isso antes de começar a estudar para o exame, eu sabia que uma das condições indiscutíveis para eu fazê-lo era ter essa carteirinha, pois estava com a matéria na cabeça e se eu viajasse por um ano e depois voltasse e fosse fazer a prova seria muito mais difícil de passar. Outra questão seria terminar o meu namoro, pois eu sabia que ele não tinha a mínima intenção de ficar um ano me esperando.

 Depois que passei na prova tudo voltou, agora sim, eu sou advogada e posso começar a trabalhar, mas sempre tinha aquele zumbido do intemcâmbio no meu ouvido. Eu sabia que eu não ia poder procurar emprego fora, pois minha mãe tinha planos para o nosso escritório e isso iria magoá-la, sabia que apesar de as vezes me parecer a melhor coisa a fazer eu rejeitava totalmente a ideia de ficar longe do meu namorado, até que, na noite do dia 17 de janeiro de 2011 entrei no site da PUC-CAMPINAS para procurar informação sobre Pós-graduação em Direito e Processo do trabalho e, pimba!!!! Esse era o último dia para a inscrição no processo seletivo, sendo que, o pagamento poderia ser feito até o dia seguinte, então pensei "Se eu conseguir passar pelo processo de seleção dessa pós vou ter mais um ano e meio de ocupação por aqui e não preciso sair da minha Zona de Conforto". Das 55 pessoas para 30 vagas, eu fui uma das aprovadas, então me parecia que era isso que eu devia fazer, continuar por aqui, começar a fazer a minha pós, começar a advogar junto com a minha mãe, continuar com o meu namoro e ficar com as minhas três lindas gatinhas que tanto amo mas, quando o destino te chama...

Como tudo começou...

 Acredito que, a maioria das pessoas já teve a ideia de, de alguma forma, contar a sua história ou parte dela às outras pessoas, publicá-la, divulgá-la, fazê-la aparecer. O motivo para eu acreditar nisso é muito simples, cada um de nós é protagonista da sua história e, portanto, para nós, o que nos acontece parece ser mais importante do que qualquer outra coisa no mundo. Para nós não há no mundo felicidade maior que a nossa quando estamos felizes, e não há no mundo dor maior que a nossa quando estamos sofrendo, pois é o que sentimos e da forma que podemos sentir. Dessa forma, assumo que também gostaria de compartilhar um pouco da minha, para que, minhas experiências fiquem de alguma forma registrada quando eu não mais puder contá-las.

 Primeiramente gostaria de esclarecer o motivo pelo qual escolhi a palavra "attraversiamo" para nomear o blog e, é claro, veio do livro que muito me inspirou (e tem inspirado) "Comer Rezar Amar" de Elizabeth Gilber, a Liz (vou citá-la bastante e sempre vou chamá-la dessa forma. Porém, não é pelo simples fato de ela gostar da palavra, ou por esta palavra aparecer diversas vezes no livro e, sim, pela identificação imediata que tive quando li "Vamos atravessar?", pois, sinceramente, é isso que estou fazendo na minha vida, atravessando, não sei para onde, não sei o motivo, não sei onde vai dar, mas eu estou atravessando, e, como já dito, talvez assim eu me encontre do outro lado.

 Hoje estou com 23 anos, sou advogada (daquelas que tem número de OAB e tudo), brinco com isso porque todas as vezes que digo que sou advogada as pessoas me olham com aquelas caras incrédulas e me perguntam "Mas você já tem OAB?", estou fazendo pós-graduação em Direito e Processo do Trabalho, que é a minha paixão no Direito e, daqui alguns meses que não sei ao certo quantos, no mínimo dois, vou dar uma giro de 180 graus na minha vida.

 Há um mês resolvi largar tudo por aqui e me tornar uma au pair, é, sair da minha zona de conforto que, para mim não era tão confortável assim, porém para quem olhasse de fora podia até parecer, mas como já mencionei, só nós mesmos para sabermos o que sentimos. Podia definir essa decisão como "BUSCAR mas, para ser honesta, poderia com a mesma facilidade defini-la como ESCONDER-SE" (transcrição de frase da Liz).

 Há um mês eu era uma advogada que estava montando um escritório com a mãe que também é advogada e tem mais de 20 anos de carreira, que atua na área que gosto, que tinha um namorado com quem já estava junto há dois anos e oito meses e com quem eu poderia facilmente passar o resto da minha vida e conseguia nos imaginar velhinhos ainda nos dando muito bem, tinha a intenção de terminar a minha pós-graduação e parecia que estava com a vida toda encaminhada. Olhando para o mundo, como está hoje, imagino que existam milhões de pessoas que gostariam de estar no meu lugar naquele momento, mas eu não queria.

 Bom, eu ainda sou uma advogada e jamais vou deixar de ser (aqui no Brasil), minha mãe ainda está montando um escritório para nós (quando eu voltar eu vou trabalhar lá), eu não tenho mais o meu namorado, e agora estou esperando para colocar o meu perfil no ar para que, uma família americana me escolha para ser a babá do filho deles, ou quem sabe, dos filhos deles, pois podem ser até quatro.

 Só para esclarecer, o fato de eu ter terminado o namoro não tem nada a ver com a minha decisão de me tornar uma au pair, ou, tem tudo a ver. Para ser bem sincera, foi o empurrãozinho que me faltava mas, me lembro que desde nova, acho que com 11 ou 12 anos eu já me imaginava passando um tempo longe de todos e voltando totalmente diferente, principalmente quando de alguma forma eu era rejeitada, acho que era uma forma de eu me sentir melhor, de imaginar que, se eu mudasse não sofreria mais rejeições. O tempo foi passando e até agora ainda não fiz isso, mas estou prestes a fazer.

 Lembro-me que o primeiro contato que fiz com a agência que fechei o meu programa de au pair foi no meu primeiro ano de faculdade, ou seja, em 2006, porém como já tinha começado e não queria parar, continuei para ver no que dava. Por diversas vezes durante o curso eu pensei em fazer esse intercâmbio, mas nunca tive coragem de largá-lo pela metade, então, quando estava na metade do terceiro ano conheci o meu ex, o que fez a viagem por um ano para o exterior ficar fora de cogitação, eu havia, naquele momento, encontrado alguém especial.

 Quando terminei a faculdade, passei no exame de ordem e, não estava precisando trabalhar, essa idéia voltou a perturbar a minha cabecinha, que, de uma forma ou de outra, a rejeitava, eu definitivamente não queria largar o meu namorado e nem deixar em casa as minhas três gatinhas as quais não poderiam entender a minha ausência por tanto tempo. Então eu rejeitava a ideia e ela voltava, e eu rejeitava denovo e ela voltava denovo. Arrumei milhões de desculpas, até inventei essa pós para ficar presa aqui por mais algum tempo, também ficava com a idéia de deixar minhas gatas, até que, um dia sonhei que alguém me dizia "vai que elas ficarão bem sem você", e foi nesse momento que parece que tudo começou...